22 de jun. de 2009

O NOME DA ROSA

ECO, Umberto
Record, 1986. 562 p.

O livro de Umberto Eco conta a estória de um mosteiro medieval do séc. XIV, onde Guilherme de Baskerville, monge franciscano racional e humanista de ideais renascentistas, acompanhado pelo noviço beneditino Adso Von Melk, vai à um encontro entre lideranças da Igreja Católica para discutir sobre a riqueza de Jesus Cristo e da própria igreja.
Quando da chegada de Guilherme à abadia, o abade Abbone pede a ele que dedique seu tempo a elucidar acontecimentos que estavam deixando os monges perturbados - a morte misteriosa de Adelmo de Otranto, monge ainda jovem, mas já grande mestre miniaturista, que adornava os manuscritos da biblioteca da abadia. Essa é a primeira de sete mortes, ocorridas em sete dias e sete noites, tempo em que se passa a narrativa.
A biblioteca do mosteiro era conhecida por ser a maior do mundo cristão, e era rodeada por mistérios ainda maiores. Nela, haviam livros proibidos, como em particular, um tratado escrito por Aristóteles, sobre o riso. Como todos os crimes tinham certa ligação com a biblioteca, Guilherme de Baskerville, e seu método dedutivo e experimental de observar os fatos, deduz que lá esteja a solução que todos procuram. Porém, tanto o Abade como Bernardo Gui, defendem uma teoria mais apocalíptica para os crimes, pautada em possessões demoníacas.
O contexto em que a trama é desenvolvida, a Baixa Idade Média, entre os séc. XI e XV é marcado pela queda do feudalismo, e a ascensão do capitalismo na Europa Ocidental. Nesse tempo, sem o advento da imprensa, os pergaminhos com todo o conhecimento da humanidade (Ocidental, em grande parte) eram guardados pela Igreja Católica, afastado de todos, e copiado pelos monges copistas, o que tornava muito obscura a fonte real da verdade. Verdade que a Igreja defendia vir tão somente da Bíblia e da fé Cristã. A igreja achava muito perigoso o conteúdo dos livros que retinha, e procurava refrear o conhecimento a todo custo, impondo seu dogmatismo e monopolizando a informação.
O romance de estréia de Umberto Eco é fascinante, uma obra aberta, cheia de possíveis interpretações, e de uma riqueza de contextualização histórica ímpar. Em alguns momentos o livro se torna um tanto difícil e cansativo, pois além de longos trechos em latim, sem tradução, se desenrolam grandes diálogos sobre fatos históricos, o que o torna ‘escrito para poucos’, na fala do próprio Umberto Eco. A obra tem importância única no entendimento, didádico até, de como se desenrolou a Idade das Trevas, o domínio da Igreja sobre o pensamento crítico e a força política, a força ideológica e doutrinadora que tinha.
Umberto Eco foi filósofo, escritor e linguista italiano, professor da Universidade de Bolonha. Conhecido por seus artigos sobre a estética medieval, linguística e comunicação de massa; mas principalmente sobre a semiótica.

9 de jun. de 2009

Elite da Tropa - Resenha Crítica

Elite da tropa descortina um cenário de corrupção e violência, envolvendo a Segurança Pública do Rio de Janeiro. O livro é divido em duas partes, a primeira denominada “Diário de Guerra”, em que são narradas várias situações cotidianas do BOPE, principalmente. Nessas passagens destacam-se a violência, a tortura e a execução de pessoas. Descreve o treinamento da academia policial, e de que forma o policial do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) vê os criminosos, sem piedade e com a ideia de extermínio: ‘o marginal deve ser eliminado’

Na segunda parte do livro, intitulada “Dois anos depois: a cidade beija a lona”, a narrativa limita-se a um fato isolado, mostrando as influências de políticos empresários, civis policiais e traficantes na guerra entre os morros da cidade.

O livro trata de situações que intimamente todo carioca, e todo brasileiro, sabe que ocorrem dentro dos órgãos públicos, envolvidos com a segurança pública ou não. Só que quando se verbaliza, do ponto de vista interno da corporação, se tem uma imagem mais real das pessoas por trás dos cargos, e dos interesses por trás das atitudes. Embora não seja de grande riqueza literária, o livro Elite da tropa nos mostra a forma como são tratadas as políticas públicas em nosso país.

Luiz Eduardo Soares é atualmente Secretário Municipal de Valorização da Vida e Prevenção da Violência de Nova Iguaçu (RJ), e também professor licenciado da UERJ. É mestre em antropologia social, doutor em ciência política e pós-doutorado em filosofia política. É formado em letras português-literatura pela PUC – RJ. Escreveu o livro Elite da tropa em parceria com André Batista e Rodrigo Pimentel, que fizeram parte do BOPE.

O nome da rosa

Eu não sei, mas esse foi o livro - que eu me lembre - mais complicado que eu peguei pra ler. Fala sério!, como dizem.
Estou quase terminando o livro, e deveria recomeçar. Tenho que fazer uma resenha sobre ele... vou publicar assim que conseguir.
São três longos meses que `O nome da rosa` me faz companhia.
Vamos ver se terá sido boa ou má companhia

O caráter singular da língua na Análise de Discurso[1]

Heloisa Cristina Rampi Marchioro [2]             O artigo de Maria Cristina é introdutório, e tem como tema principal falar sobre a...