9 de jun. de 2009

Elite da Tropa - Resenha Crítica

Elite da tropa descortina um cenário de corrupção e violência, envolvendo a Segurança Pública do Rio de Janeiro. O livro é divido em duas partes, a primeira denominada “Diário de Guerra”, em que são narradas várias situações cotidianas do BOPE, principalmente. Nessas passagens destacam-se a violência, a tortura e a execução de pessoas. Descreve o treinamento da academia policial, e de que forma o policial do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) vê os criminosos, sem piedade e com a ideia de extermínio: ‘o marginal deve ser eliminado’

Na segunda parte do livro, intitulada “Dois anos depois: a cidade beija a lona”, a narrativa limita-se a um fato isolado, mostrando as influências de políticos empresários, civis policiais e traficantes na guerra entre os morros da cidade.

O livro trata de situações que intimamente todo carioca, e todo brasileiro, sabe que ocorrem dentro dos órgãos públicos, envolvidos com a segurança pública ou não. Só que quando se verbaliza, do ponto de vista interno da corporação, se tem uma imagem mais real das pessoas por trás dos cargos, e dos interesses por trás das atitudes. Embora não seja de grande riqueza literária, o livro Elite da tropa nos mostra a forma como são tratadas as políticas públicas em nosso país.

Luiz Eduardo Soares é atualmente Secretário Municipal de Valorização da Vida e Prevenção da Violência de Nova Iguaçu (RJ), e também professor licenciado da UERJ. É mestre em antropologia social, doutor em ciência política e pós-doutorado em filosofia política. É formado em letras português-literatura pela PUC – RJ. Escreveu o livro Elite da tropa em parceria com André Batista e Rodrigo Pimentel, que fizeram parte do BOPE.

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