26 de dez. de 2009

Um errinho

Ora vejam vocês:

<<O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa registra a locução substantiva happy hour (do inglês happy hour) com o significado inicial de «período do dia em que o preço das bebidas nos bares é reduzido ou em que aperitivos são servidos gratuitamente». Atualmente indica «o período do dia, no fim da tarde e após o encerramento do trabalho, em que se tomam em convívio bebidas, a pretexto de serem aperitivos para o jantar>>.

Raptei essa definição do site http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=19624, Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, hoje, eram 9 horas da manhã. Por que tão cedo? Porque abri o jornal Diário do Sudoeste quando cheguei ao escritório em que trabalho e me deparei com um erro de Português, ops, de Inglês.
Lá estava escrito: Lei quer limitar espaço do "hapy hour" nas áreas centrais da cidade. As aspas são do autor da matéria, Pedro Rodrigues Neto. A matéria saiu na edição do dia 23 de Dezembro de 2009, página A6.

Me faz pensar: será que as palavras que tomamos emprestadas de outras línguas também não devem ser criteriosamente 'corrigidas' por um profissional qualificado? E que profissional é esse? O mesmo que transcreve para a norma culta a realidade jornalística da Língua Portuguesa?

A mim, parece que sim. Claro, se este profissional tiver conhecimento também nos estrangeirismos, neologismos, etc e tal. Mas se ele for um bom profissional, via de regra, ele tem este conhecimento.

Procurei em todos os cantinhos do jornal o nome do dito cujo que o corrige, mas não encontrei. Seria fácil saber, pois em uma cidade pequena como a nossa, onde só existe um jornal, todos do ramo devem saber quem é 'o cara'.
Não desmerecendo obviamente esta pessoa, pois qualquer um pode errar. Mas como uma futura profissional de Letras, habilitada em Português e Inglês, me vejo na obrigação de defender minha classe.

Do que é feito um jornal senão de palavras? De informações escritas? De jornalistas (entre outros profissionais) que durante a faculdade tanto aprendem a achar a melhor notícia como aprendem a contá-la utilizando a única ferramenta de que dispõe: a Língua Portuguesa? E quem contrói este conhecimento? Os professores de Língua Portuguesa? É, são eles.

Leio o jornal Diário do Sudoeste todos os dias, salvo quando realmente não dá tempo. Sei que eu apenas sou uma iniciante na minha língua, faz apenas 33 anos que a utilizo. Mas um errinho aqui, outro ali e logo, logo, não saberemos mais o que é certo. Isso se aplica em tudo que fazemos.

É só uma opinião.

12 de dez. de 2009

Vida bandida


Agora de férias, quem sabe, consigo escrever mais, ler mais, brincar mais.
Chega de coisas sérias demais.

22 de jun. de 2009

O NOME DA ROSA

ECO, Umberto
Record, 1986. 562 p.

O livro de Umberto Eco conta a estória de um mosteiro medieval do séc. XIV, onde Guilherme de Baskerville, monge franciscano racional e humanista de ideais renascentistas, acompanhado pelo noviço beneditino Adso Von Melk, vai à um encontro entre lideranças da Igreja Católica para discutir sobre a riqueza de Jesus Cristo e da própria igreja.
Quando da chegada de Guilherme à abadia, o abade Abbone pede a ele que dedique seu tempo a elucidar acontecimentos que estavam deixando os monges perturbados - a morte misteriosa de Adelmo de Otranto, monge ainda jovem, mas já grande mestre miniaturista, que adornava os manuscritos da biblioteca da abadia. Essa é a primeira de sete mortes, ocorridas em sete dias e sete noites, tempo em que se passa a narrativa.
A biblioteca do mosteiro era conhecida por ser a maior do mundo cristão, e era rodeada por mistérios ainda maiores. Nela, haviam livros proibidos, como em particular, um tratado escrito por Aristóteles, sobre o riso. Como todos os crimes tinham certa ligação com a biblioteca, Guilherme de Baskerville, e seu método dedutivo e experimental de observar os fatos, deduz que lá esteja a solução que todos procuram. Porém, tanto o Abade como Bernardo Gui, defendem uma teoria mais apocalíptica para os crimes, pautada em possessões demoníacas.
O contexto em que a trama é desenvolvida, a Baixa Idade Média, entre os séc. XI e XV é marcado pela queda do feudalismo, e a ascensão do capitalismo na Europa Ocidental. Nesse tempo, sem o advento da imprensa, os pergaminhos com todo o conhecimento da humanidade (Ocidental, em grande parte) eram guardados pela Igreja Católica, afastado de todos, e copiado pelos monges copistas, o que tornava muito obscura a fonte real da verdade. Verdade que a Igreja defendia vir tão somente da Bíblia e da fé Cristã. A igreja achava muito perigoso o conteúdo dos livros que retinha, e procurava refrear o conhecimento a todo custo, impondo seu dogmatismo e monopolizando a informação.
O romance de estréia de Umberto Eco é fascinante, uma obra aberta, cheia de possíveis interpretações, e de uma riqueza de contextualização histórica ímpar. Em alguns momentos o livro se torna um tanto difícil e cansativo, pois além de longos trechos em latim, sem tradução, se desenrolam grandes diálogos sobre fatos históricos, o que o torna ‘escrito para poucos’, na fala do próprio Umberto Eco. A obra tem importância única no entendimento, didádico até, de como se desenrolou a Idade das Trevas, o domínio da Igreja sobre o pensamento crítico e a força política, a força ideológica e doutrinadora que tinha.
Umberto Eco foi filósofo, escritor e linguista italiano, professor da Universidade de Bolonha. Conhecido por seus artigos sobre a estética medieval, linguística e comunicação de massa; mas principalmente sobre a semiótica.

9 de jun. de 2009

Elite da Tropa - Resenha Crítica

Elite da tropa descortina um cenário de corrupção e violência, envolvendo a Segurança Pública do Rio de Janeiro. O livro é divido em duas partes, a primeira denominada “Diário de Guerra”, em que são narradas várias situações cotidianas do BOPE, principalmente. Nessas passagens destacam-se a violência, a tortura e a execução de pessoas. Descreve o treinamento da academia policial, e de que forma o policial do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) vê os criminosos, sem piedade e com a ideia de extermínio: ‘o marginal deve ser eliminado’

Na segunda parte do livro, intitulada “Dois anos depois: a cidade beija a lona”, a narrativa limita-se a um fato isolado, mostrando as influências de políticos empresários, civis policiais e traficantes na guerra entre os morros da cidade.

O livro trata de situações que intimamente todo carioca, e todo brasileiro, sabe que ocorrem dentro dos órgãos públicos, envolvidos com a segurança pública ou não. Só que quando se verbaliza, do ponto de vista interno da corporação, se tem uma imagem mais real das pessoas por trás dos cargos, e dos interesses por trás das atitudes. Embora não seja de grande riqueza literária, o livro Elite da tropa nos mostra a forma como são tratadas as políticas públicas em nosso país.

Luiz Eduardo Soares é atualmente Secretário Municipal de Valorização da Vida e Prevenção da Violência de Nova Iguaçu (RJ), e também professor licenciado da UERJ. É mestre em antropologia social, doutor em ciência política e pós-doutorado em filosofia política. É formado em letras português-literatura pela PUC – RJ. Escreveu o livro Elite da tropa em parceria com André Batista e Rodrigo Pimentel, que fizeram parte do BOPE.

O nome da rosa

Eu não sei, mas esse foi o livro - que eu me lembre - mais complicado que eu peguei pra ler. Fala sério!, como dizem.
Estou quase terminando o livro, e deveria recomeçar. Tenho que fazer uma resenha sobre ele... vou publicar assim que conseguir.
São três longos meses que `O nome da rosa` me faz companhia.
Vamos ver se terá sido boa ou má companhia

7 de abr. de 2009

Sem vontade...

Sabe, faz tempo que não passo por aqui. Veja só, ando sem tempo. Mas tenho lido muito, muitas coisas boas.
Li o livro 'A casa dos espíritos', de Isabel Allende, uma escritora chilena.
A trama é encantadora, conta sobre a vida de uma família vivendo em meio a ditadura no Chile, em meados de 1973. Clara, Blanca e Alva são as mulheres de três gerações dessa família, cuja história é marcada pela personalidade forte e lutadora, e pela influência austera do patriarca, Esteban Trueba.

O caráter singular da língua na Análise de Discurso[1]

Heloisa Cristina Rampi Marchioro [2]             O artigo de Maria Cristina é introdutório, e tem como tema principal falar sobre a...