Ora vejam vocês:
<<O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa registra a locução substantiva happy hour (do inglês happy hour) com o significado inicial de «período do dia em que o preço das bebidas nos bares é reduzido ou em que aperitivos são servidos gratuitamente». Atualmente indica «o período do dia, no fim da tarde e após o encerramento do trabalho, em que se tomam em convívio bebidas, a pretexto de serem aperitivos para o jantar>>.
Raptei essa definição do site http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=19624, Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, hoje, eram 9 horas da manhã. Por que tão cedo? Porque abri o jornal Diário do Sudoeste quando cheguei ao escritório em que trabalho e me deparei com um erro de Português, ops, de Inglês.
Lá estava escrito: Lei quer limitar espaço do "hapy hour" nas áreas centrais da cidade. As aspas são do autor da matéria, Pedro Rodrigues Neto. A matéria saiu na edição do dia 23 de Dezembro de 2009, página A6.
Me faz pensar: será que as palavras que tomamos emprestadas de outras línguas também não devem ser criteriosamente 'corrigidas' por um profissional qualificado? E que profissional é esse? O mesmo que transcreve para a norma culta a realidade jornalística da Língua Portuguesa?
A mim, parece que sim. Claro, se este profissional tiver conhecimento também nos estrangeirismos, neologismos, etc e tal. Mas se ele for um bom profissional, via de regra, ele tem este conhecimento.
Procurei em todos os cantinhos do jornal o nome do dito cujo que o corrige, mas não encontrei. Seria fácil saber, pois em uma cidade pequena como a nossa, onde só existe um jornal, todos do ramo devem saber quem é 'o cara'.
Não desmerecendo obviamente esta pessoa, pois qualquer um pode errar. Mas como uma futura profissional de Letras, habilitada em Português e Inglês, me vejo na obrigação de defender minha classe.
Do que é feito um jornal senão de palavras? De informações escritas? De jornalistas (entre outros profissionais) que durante a faculdade tanto aprendem a achar a melhor notícia como aprendem a contá-la utilizando a única ferramenta de que dispõe: a Língua Portuguesa? E quem contrói este conhecimento? Os professores de Língua Portuguesa? É, são eles.
Leio o jornal Diário do Sudoeste todos os dias, salvo quando realmente não dá tempo. Sei que eu apenas sou uma iniciante na minha língua, faz apenas 33 anos que a utilizo. Mas um errinho aqui, outro ali e logo, logo, não saberemos mais o que é certo. Isso se aplica em tudo que fazemos.
É só uma opinião.
26 de dez. de 2009
12 de dez. de 2009
Vida bandida
18 de jul. de 2009
22 de jun. de 2009
O NOME DA ROSA
ECO, Umberto
Record, 1986. 562 p.
O livro de Umberto Eco conta a estória de um mosteiro medieval do séc. XIV, onde Guilherme de Baskerville, monge franciscano racional e humanista de ideais renascentistas, acompanhado pelo noviço beneditino Adso Von Melk, vai à um encontro entre lideranças da Igreja Católica para discutir sobre a riqueza de Jesus Cristo e da própria igreja.
Quando da chegada de Guilherme à abadia, o abade Abbone pede a ele que dedique seu tempo a elucidar acontecimentos que estavam deixando os monges perturbados - a morte misteriosa de Adelmo de Otranto, monge ainda jovem, mas já grande mestre miniaturista, que adornava os manuscritos da biblioteca da abadia. Essa é a primeira de sete mortes, ocorridas em sete dias e sete noites, tempo em que se passa a narrativa.
A biblioteca do mosteiro era conhecida por ser a maior do mundo cristão, e era rodeada por mistérios ainda maiores. Nela, haviam livros proibidos, como em particular, um tratado escrito por Aristóteles, sobre o riso. Como todos os crimes tinham certa ligação com a biblioteca, Guilherme de Baskerville, e seu método dedutivo e experimental de observar os fatos, deduz que lá esteja a solução que todos procuram. Porém, tanto o Abade como Bernardo Gui, defendem uma teoria mais apocalíptica para os crimes, pautada em possessões demoníacas.
O contexto em que a trama é desenvolvida, a Baixa Idade Média, entre os séc. XI e XV é marcado pela queda do feudalismo, e a ascensão do capitalismo na Europa Ocidental. Nesse tempo, sem o advento da imprensa, os pergaminhos com todo o conhecimento da humanidade (Ocidental, em grande parte) eram guardados pela Igreja Católica, afastado de todos, e copiado pelos monges copistas, o que tornava muito obscura a fonte real da verdade. Verdade que a Igreja defendia vir tão somente da Bíblia e da fé Cristã. A igreja achava muito perigoso o conteúdo dos livros que retinha, e procurava refrear o conhecimento a todo custo, impondo seu dogmatismo e monopolizando a informação.
O romance de estréia de Umberto Eco é fascinante, uma obra aberta, cheia de possíveis interpretações, e de uma riqueza de contextualização histórica ímpar. Em alguns momentos o livro se torna um tanto difícil e cansativo, pois além de longos trechos em latim, sem tradução, se desenrolam grandes diálogos sobre fatos históricos, o que o torna ‘escrito para poucos’, na fala do próprio Umberto Eco. A obra tem importância única no entendimento, didádico até, de como se desenrolou a Idade das Trevas, o domínio da Igreja sobre o pensamento crítico e a força política, a força ideológica e doutrinadora que tinha.
Umberto Eco foi filósofo, escritor e linguista italiano, professor da Universidade de Bolonha. Conhecido por seus artigos sobre a estética medieval, linguística e comunicação de massa; mas principalmente sobre a semiótica.
Record, 1986. 562 p.
O livro de Umberto Eco conta a estória de um mosteiro medieval do séc. XIV, onde Guilherme de Baskerville, monge franciscano racional e humanista de ideais renascentistas, acompanhado pelo noviço beneditino Adso Von Melk, vai à um encontro entre lideranças da Igreja Católica para discutir sobre a riqueza de Jesus Cristo e da própria igreja.
Quando da chegada de Guilherme à abadia, o abade Abbone pede a ele que dedique seu tempo a elucidar acontecimentos que estavam deixando os monges perturbados - a morte misteriosa de Adelmo de Otranto, monge ainda jovem, mas já grande mestre miniaturista, que adornava os manuscritos da biblioteca da abadia. Essa é a primeira de sete mortes, ocorridas em sete dias e sete noites, tempo em que se passa a narrativa.
A biblioteca do mosteiro era conhecida por ser a maior do mundo cristão, e era rodeada por mistérios ainda maiores. Nela, haviam livros proibidos, como em particular, um tratado escrito por Aristóteles, sobre o riso. Como todos os crimes tinham certa ligação com a biblioteca, Guilherme de Baskerville, e seu método dedutivo e experimental de observar os fatos, deduz que lá esteja a solução que todos procuram. Porém, tanto o Abade como Bernardo Gui, defendem uma teoria mais apocalíptica para os crimes, pautada em possessões demoníacas.
O contexto em que a trama é desenvolvida, a Baixa Idade Média, entre os séc. XI e XV é marcado pela queda do feudalismo, e a ascensão do capitalismo na Europa Ocidental. Nesse tempo, sem o advento da imprensa, os pergaminhos com todo o conhecimento da humanidade (Ocidental, em grande parte) eram guardados pela Igreja Católica, afastado de todos, e copiado pelos monges copistas, o que tornava muito obscura a fonte real da verdade. Verdade que a Igreja defendia vir tão somente da Bíblia e da fé Cristã. A igreja achava muito perigoso o conteúdo dos livros que retinha, e procurava refrear o conhecimento a todo custo, impondo seu dogmatismo e monopolizando a informação.
O romance de estréia de Umberto Eco é fascinante, uma obra aberta, cheia de possíveis interpretações, e de uma riqueza de contextualização histórica ímpar. Em alguns momentos o livro se torna um tanto difícil e cansativo, pois além de longos trechos em latim, sem tradução, se desenrolam grandes diálogos sobre fatos históricos, o que o torna ‘escrito para poucos’, na fala do próprio Umberto Eco. A obra tem importância única no entendimento, didádico até, de como se desenrolou a Idade das Trevas, o domínio da Igreja sobre o pensamento crítico e a força política, a força ideológica e doutrinadora que tinha.
Umberto Eco foi filósofo, escritor e linguista italiano, professor da Universidade de Bolonha. Conhecido por seus artigos sobre a estética medieval, linguística e comunicação de massa; mas principalmente sobre a semiótica.
9 de jun. de 2009
Elite da Tropa - Resenha Crítica
Elite da tropa descortina um cenário de corrupção e violência, envolvendo a Segurança Pública do Rio de Janeiro. O livro é divido em duas partes, a primeira denominada “Diário de Guerra”, em que são narradas várias situações cotidianas do BOPE, principalmente. Nessas passagens destacam-se a violência, a tortura e a execução de pessoas. Descreve o treinamento da academia policial, e de que forma o policial do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) vê os criminosos, sem piedade e com a ideia de extermínio: ‘o marginal deve ser eliminado’
Na segunda parte do livro, intitulada “Dois anos depois: a cidade beija a lona”, a narrativa limita-se a um fato isolado, mostrando as influências de políticos empresários, civis policiais e traficantes na guerra entre os morros da cidade.
O livro trata de situações que intimamente todo carioca, e todo brasileiro, sabe que ocorrem dentro dos órgãos públicos, envolvidos com a segurança pública ou não. Só que quando se verbaliza, do ponto de vista interno da corporação, se tem uma imagem mais real das pessoas por trás dos cargos, e dos interesses por trás das atitudes. Embora não seja de grande riqueza literária, o livro Elite da tropa nos mostra a forma como são tratadas as políticas públicas em nosso país.
Luiz Eduardo Soares é atualmente Secretário Municipal de Valorização da Vida e Prevenção da Violência de Nova Iguaçu (RJ), e também professor licenciado da UERJ. É mestre em antropologia social, doutor em ciência política e pós-doutorado em filosofia política. É formado em letras português-literatura pela PUC – RJ. Escreveu o livro Elite da tropa em parceria com André Batista e Rodrigo Pimentel, que fizeram parte do BOPE.
Na segunda parte do livro, intitulada “Dois anos depois: a cidade beija a lona”, a narrativa limita-se a um fato isolado, mostrando as influências de políticos empresários, civis policiais e traficantes na guerra entre os morros da cidade.
O livro trata de situações que intimamente todo carioca, e todo brasileiro, sabe que ocorrem dentro dos órgãos públicos, envolvidos com a segurança pública ou não. Só que quando se verbaliza, do ponto de vista interno da corporação, se tem uma imagem mais real das pessoas por trás dos cargos, e dos interesses por trás das atitudes. Embora não seja de grande riqueza literária, o livro Elite da tropa nos mostra a forma como são tratadas as políticas públicas em nosso país.
Luiz Eduardo Soares é atualmente Secretário Municipal de Valorização da Vida e Prevenção da Violência de Nova Iguaçu (RJ), e também professor licenciado da UERJ. É mestre em antropologia social, doutor em ciência política e pós-doutorado em filosofia política. É formado em letras português-literatura pela PUC – RJ. Escreveu o livro Elite da tropa em parceria com André Batista e Rodrigo Pimentel, que fizeram parte do BOPE.
O nome da rosa
Eu não sei, mas esse foi o livro - que eu me lembre - mais complicado que eu peguei pra ler. Fala sério!, como dizem.
Estou quase terminando o livro, e deveria recomeçar. Tenho que fazer uma resenha sobre ele... vou publicar assim que conseguir.
São três longos meses que `O nome da rosa` me faz companhia.
Vamos ver se terá sido boa ou má companhia
Estou quase terminando o livro, e deveria recomeçar. Tenho que fazer uma resenha sobre ele... vou publicar assim que conseguir.
São três longos meses que `O nome da rosa` me faz companhia.
Vamos ver se terá sido boa ou má companhia
7 de abr. de 2009
Sem vontade...
Sabe, faz tempo que não passo por aqui. Veja só, ando sem tempo. Mas tenho lido muito, muitas coisas boas.
Li o livro 'A casa dos espíritos', de Isabel Allende, uma escritora chilena.
A trama é encantadora, conta sobre a vida de uma família vivendo em meio a ditadura no Chile, em meados de 1973. Clara, Blanca e Alva são as mulheres de três gerações dessa família, cuja história é marcada pela personalidade forte e lutadora, e pela influência austera do patriarca, Esteban Trueba.
Assinar:
Postagens (Atom)
O caráter singular da língua na Análise de Discurso[1]
Heloisa Cristina Rampi Marchioro [2] O artigo de Maria Cristina é introdutório, e tem como tema principal falar sobre a...
-
Banda: O Rappa Compositores: Marcos Lobato / Carlos Pombo As ondas de vaidade Inundaram os vilarejos E minha casa se foi Como fome...
-
Leda Márcia Rizzardo Pareja Procura-se alguém que saiba viver por muitas pessoas. Que saiba chorar na vitória e chorar na derrota, sorri...
-
A língua de que se fala A noção de língua é central para os estudos da linguagem em todas as suas perspectivas. Desde...